A prefeitura de Santa Maria divulgou a lista de concessionários de serviço de táxi de Santa Maria que estão aptos para trabalhar. A nominata resultou de uma análise anterior feita pela prefeitura para regrar o exercício da profissão.
Dos 213 prefixos em operação, 198 apresentaram a documentação exigida pela prefeitura e 15 não tentaram regularizar a concessão. Dos 198 que tiveram as documentações apreciadas pela Secretaria de Mobilidade Urbana, 90 tiveram problemas e foram considerados inaptos para a função.
Segundo a prefeitura, na maioria dos casos inaptos há problemas na documentação, como funcionários públicos que tinham a permissão, mas por lei não podem ser proprietários. Além disso, há casos de proprietários que vivem em outras cidades, o que também não é permitido.
Agora, os considerados inaptos têm 10 dias para apresentar nova documentação.
Lei vingará se tiver fiscalização
A fiscalização, ou a falta, dela é que vai definir se a nova lei será cumprida na prática. Conforme a Associação dos Condutores de Táxi de Santa Maria (Atasm) muitos dos donos das atuais placas não dirigem e nunca dirigiram os táxis, uma das principais exigências da nova legislação em vigor desde maio.
- A fiscalização terá de ser forte. Acho complicado que servidores federais e outros profissionais liberais, que são donos de táxi, vão trabalhar as seis horas - alfinetou Volmar Arruda.
Conforme a prefeitura, a fiscalização já teria iniciado e a publicação da lista ontem é uma resposta para isso.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Santa Maria (Sinditáxi), Marco Fogliarini, contou que a prefeitura fez contato com o sindicato para tratar do assunto. Porém segundo o dirigente sindical, a responsabilidade pela fiscalização é do Executivo.
- A prefeitura pediu uma listagem de todos os pontos (de táxi), com detalhes de motoristas e horários que vão trabalhar - revelou, inconformado.
Um auxiliar, que trabalha como motorista há 12 anos, que pediu para não ser identificado temendo perder o emprego, acha difícil a lei ser cumprida:
- A prefeitura não tem pessoal nem para organizar o trânsito. Imagina se vai ter gente para parar táxi por táxi e verificar se os donos estão mesmo dirigindo as seis horas exigidas.
ENTREVISTA
"Dependo desta renda para sobreviver"
Um homem de 59 anos, que pediu para não ser identificado, foi um dos proprietários de prefixo de Santa Maria considerado inapto pela prefeitura. O "Diário" conversou com ele sobre o assunto.
Diário - O senhor dirige o táxi?
Proprietário - Sou aposentado por invalidez. Não posso dirigir. Adquiri o prefiro em 1999 quando fui demitido do banco. Com o valor da época poderia ter comprado dois apartamentos de dois dormitórios. Em 2007 me acidentei e não dirigi mais. Tenho auxiliares que trabalham pra mim. Dependo desta renda para sobreviver.
Diário - O senhor imaginava que perderia a concessão?
Proprietário - Não. Vou recorrer. Acho injusto. Investi nisso.
Diário - Mas é uma concessão...
Proprietário - Mas não tem nada de irregular. Só não posso trabalhar. Não é falta de vontade. Mas não posso. Como fico sem isso agora?
Confira a lista:
Waldemar José Batistella Apto
Renato Berleze Stefano Inapto
Mauri Altissimo Paduin Inapto
Izair Mateus Farias Inapto
Leonardo Fabricio Nunes Padoin Apto
João Carlos Escobar Da Costa Inapto
Valdir Pedroso Dos Reis Inapto
Edasir Elvi Bau Apto
Romeu Daniel Righi Apto
Sônia Beatriz Costa Tonetto Apto
Jones Euclides Corrêa"